... Entre em contato com
anatomistasensorial@gmail.com
para dar sugestões a respeito.
Talvez o Anatomista volte... Mas diferente, e diferente pra melhor.
Apalpo tua cor, sorvo teu tato, aliso tua visão, degusto tua avidez, roço teu calor, visualizo teus detalhes, esfrego teu hausto, atrito teu sabor, bebo tua essência, aperto teu eflúvio, preencho-te de mim e te faço feérica, onírica, etérea...
22 de setembro de 2014
18 de março de 2014
4 de julho de 2011
Freima com uma freira
Se Pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
se no nome, que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
se me dais esse favor,
sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-flor.
Pica-flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
se no nome, que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
se me dais esse favor,
sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-flor.
(Décima; Gregório de Matos)
Obrigado.
20 de junho de 2011
Mistura boa
Despido do jargão, o que o psicólogo Alfred Adler disse foi isto: o perfeito esquizofrênico - se existisse tal pessoa - seria um homem ou uma mulher não apenas inconsciente de sua(s) outra(s) persona(e), mas inconsciente de que houvesse qualquer coisa falha em sua vida. Adler deveria ter conhecido Detta Walker e Odetta Holmes. (...)
(Odetta) - educadíssima, delicada, uma verdadeira Dama - Fechou os olhos por um instante e esfregou as têmporas. Podia sentir uma de suas dores de cabeça chegando. Às vezes elas ameaçavam, como uma sinistra formação de nuvens de trovoada numa tarde quente de verão, e depois se dissipavam (...)
Achou, contudo, que daquela vez a tempestade iria acontecer. Chegaria completa, com trovão, relâmpago e pedras de granizo do tamanho de bolas de golfe. (...)
Às vezes Odetta desaparecia. Esses desaparecimentos podiam levar horas ou dias. (...)
Na realidade, Odetta não suspeitava absolutamente de Detta e Detta não fazia a menor idéia da existência de alguém como Odetta... mas Detta tinha pelo menos uma clara compreensão de que alguma coisa estava errada, que alguém estava fodendo sua vida.(...)
(...) e seu pênis, que pouco antes fora um lívido ponto de exclamação brotando de emaranhado de tufos de seus pêlos pubianos, estava desmoronando num débil e branco ponto de interrogação; e ela pensou "bem, acho que ele ainda não fez o bastante para afetar os alicerces desta casa" e rindo e pressionando o dedo (que agora vinha equipado com uma unha comprida) em sua vagina (...), e então o mesmo estalo nervoso irrompera dentro dela, o que foi tão doloroso quanto gostoso (melhor, muito melhor que nada), e então ele estava estendendo cegamente os braços para ela e dizendo num tom ferido e entrecortado "ah sua maldita boceta negra" ela continuava rindo do mesmo jeito, esquivando-se facilmente dele e puxando a calcinha e abrindo a porta do seu lado do carro (...)
A mulher esperava o trem A. Apenas uma bela jovem negra, de calça jeans e camisa cáqui.
Alguém a havia empurrado.
Ela tentou rastejar para o lado, mas não houve tempo e o famoso trem A entrou guinchando na estação (...) E as rodas de aço do famoso trem A cortaram as pernas vivas da moça de cima dos joelhos para baixo. (...)
As últimas palavras da jovem negra antes de desmaiar tinham sido: QUEM FOI O SAFADO ? VOU ENCONTRAR ELE E LHE DAR UM TIRO NO CU ! (...)
- O que houve comigo ? - perguntou ela.
George se lembrou do homem que contara a outro homem o que ela supostamente teria dito (como acharia o filho-da-puta e lhe daria um tiro no cu etc. etc.) George concluiria que isso fora pura invenção. Tratava-se, afinal, de uma mulher culta, inteligente.
Os olhos se fecharam de repente e George achou que ela iria tornar a dormir. Ele havia se deslocado um pouco para a esquerda, para verificar de novo sua pulsação, quando ela abriu os olhos mais uma vez. E nesse momento ele teve a impressão de estar olhando para outra mulher.
- Cunsiguiram pegá a porra daquele safado ? Bom. Di qualqué jeitu num importa si u cara correu. Eu pego ele. Corto o piru dele. Fiodaputa! Tu num sabi u qui vô fazê cum aquele fiodaputa! Eu te digo uma coisa, sua porra de médico!
Os olhos dela tornaram a se fechar. George pensou "nos falaram de traumatismo, mas ninguém mencionou esquizofrenia como uma das..."
Os olhos se abriram de novo. A primeira mulher voltara. Ela deu um sorriso breve. Um sorriso doloroso. (...)
(...) e a mudança nos olhos da Dama fez Eddie constatar que a diferença entre os dois era muito mais que meramente a cor. (...)
- Por que vocês não comem o PAU um do outro ? Pru qui não fazem logo isso se tão cum medo da boceta duma preta ? Andi logo com isso ! Ô ! Chupa u mastru um du ôtru. (...)
- A risada qué dizê qui cês cabaram mesmo conseguindo sacudi a velinha um do otro ? - E então Detta gritou naquele tom rouco, debilitado: - Quando vão enfiar um no outro ? Isso é que eu quero ver ! Quéru vê cês infiânu !
(...) Ela se virou, o rosto brilhando de suor, e concedeu-lhe um sorriso que ao mesmo tempo tirou e deu forças a Eddie. (...)
(...) Ela deu uma risada curta e tocou na mão dele. Eddie sentiu uma espécie de descarga elétrica saltar do corpo dela para o seu. E sem dúvida era Odetta. (...)
(Trechos de A Torre Negra Vol. II - A Escolha dos Três; Stephen King)
E o Anatomista que aqui está, quando, há um tempo, conheceu Detta Walker e Odetta Holmes, pensou:
"De Odetta Holmes a Detta Walker: uma mulher e tanto..."
Que nossas persone sejam miscelânea homogênea !!!
10 de junho de 2011
7 de maio de 2011
Desesperado
Definir o belo é fácil: é aquilo que desespera. (Paul Valéry)
Desde a primeira vez que li isso não consegui entender.
Talvez porque eu esteja muito desesperado pra isso.
Ainda mais agora.
Talvez porque eu esteja muito desesperado pra isso.
Ainda mais agora.
26 de abril de 2011
Espelho, espelho meu
Uma em vários dias, milhões de anos Outra em uma noite, milhões de ânus
Numa o Homem cada vez mais ereto Noutra o cada vez mais ereto é outro
Uma tem auge formal Outra tem auge animal
Assinar:
Postagens (Atom)