23 de dezembro de 2014

Heavy Voyeurismo



I always feel like somebody's watchin' me

 

And I have no privacy



I always feel like somebody's watchin' me

 

 Is it just a dream?





 (Somebody's Watching Me - Warmen)

22 de setembro de 2014

Não sei se o Anatomista voltará, mas...

... Entre em contato com
anatomistasensorial@gmail.com
para dar sugestões a respeito.
Talvez o Anatomista volte... Mas diferente, e diferente pra melhor.

18 de março de 2014

4 de julho de 2011

Freima com uma freira


Se Pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
se no nome, que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
se me dais esse favor,
sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-flor.

(Décima; Gregório de Matos)

Obs.: Nos comentários deixei uma nota sobre minha atual ausência.
Obrigado.

20 de junho de 2011

Mistura boa


Despido do jargão, o que o psicólogo Alfred Adler disse foi isto: o perfeito esquizofrênico - se existisse tal pessoa - seria um homem ou uma mulher não apenas inconsciente de sua(s) outra(s) persona(e), mas inconsciente de que houvesse qualquer coisa falha em sua vida. Adler deveria ter conhecido Detta Walker e Odetta Holmes. (...)

(Odetta) - educadíssima, delicada, uma verdadeira Dama - Fechou os olhos por um instante e esfregou as têmporas. Podia sentir uma de suas dores de cabeça chegando. Às vezes elas ameaçavam, como uma sinistra formação de nuvens de trovoada numa tarde quente de verão, e depois se dissipavam (...)
Achou, contudo, que daquela vez a tempestade iria acontecer. Chegaria completa, com trovão, relâmpago e pedras de granizo do tamanho de bolas de golfe. (...)
Às vezes Odetta desaparecia. Esses desaparecimentos podiam levar horas ou dias. (...)
Na realidade, Odetta não suspeitava absolutamente de Detta e Detta não fazia a menor idéia da existência de alguém como Odetta... mas Detta tinha pelo menos uma clara compreensão de que alguma coisa estava errada, que alguém estava fodendo sua vida.(...)


(...) e seu pênis, que pouco antes fora um lívido ponto de exclamação brotando de emaranhado de tufos de seus pêlos pubianos, estava desmoronando num débil e branco ponto de interrogação; e ela pensou "bem, acho que ele ainda não fez o bastante para afetar os alicerces desta casa" e rindo e pressionando o dedo (que agora vinha equipado com uma unha comprida) em sua vagina (...), e então o mesmo estalo nervoso irrompera dentro dela, o que foi tão doloroso quanto gostoso (melhor, muito melhor que nada), e então ele estava estendendo cegamente os braços para ela e dizendo num tom ferido e entrecortado "ah sua maldita boceta negra" ela continuava rindo do mesmo jeito, esquivando-se facilmente dele e puxando a calcinha e abrindo a porta do seu lado do carro (...)

A mulher esperava o trem A. Apenas uma bela jovem negra, de calça jeans e camisa cáqui.
Alguém a havia empurrado.
Ela tentou rastejar para o lado, mas não houve tempo e o famoso trem A entrou guinchando na estação (...) E as rodas de aço do famoso trem A cortaram as pernas vivas da moça de cima dos joelhos para baixo. (...)
As últimas palavras da jovem negra antes de desmaiar tinham sido: QUEM FOI O SAFADO ? VOU ENCONTRAR ELE E LHE DAR UM TIRO NO CU ! (...)
- O que houve comigo ? - perguntou ela.
George se lembrou do homem que contara a outro homem o que ela supostamente teria dito (como acharia o filho-da-puta e lhe daria um tiro no cu etc. etc.) George concluiria que isso fora pura invenção. Tratava-se, afinal, de uma mulher culta, inteligente.
Os olhos se fecharam de repente e George achou que ela iria tornar a dormir. Ele havia se deslocado um pouco para a esquerda, para verificar de novo sua pulsação, quando ela abriu os olhos mais uma vez. E nesse momento ele teve a impressão de estar olhando para outra mulher.
- Cunsiguiram pegá a porra daquele safado ? Bom. Di qualqué jeitu num importa si u cara correu. Eu pego ele. Corto o piru dele. Fiodaputa! Tu num sabi u qui vô fazê cum aquele fiodaputa! Eu te digo uma coisa, sua porra de médico!
Os olhos dela tornaram a se fechar. George pensou "nos falaram de traumatismo, mas ninguém mencionou esquizofrenia como uma das..."
Os olhos se abriram de novo. A primeira mulher voltara. Ela deu um sorriso breve. Um sorriso doloroso. (...)


(...) e a mudança nos olhos da Dama fez Eddie constatar que a diferença entre os dois era muito mais que meramente a cor. (...)

- Por que vocês não comem o PAU um do outro ? Pru qui não fazem logo isso se tão cum medo da boceta duma preta ? Andi logo com isso ! Ô ! Chupa u mastru um du ôtru. (...)
- A risada qué dizê qui cês cabaram mesmo conseguindo sacudi a velinha um do otro ? - E então Detta gritou naquele tom rouco, debilitado: - Quando vão enfiar um no outro ? Isso é que eu quero ver ! Quéru vê cês infiânu !


(...) Ela se virou, o rosto brilhando de suor, e concedeu-lhe um sorriso que ao mesmo tempo tirou e deu forças a Eddie. (...)

(...) Ela deu uma risada curta e tocou na mão dele. Eddie sentiu uma espécie de descarga elétrica saltar do corpo dela para o seu. E sem dúvida era Odetta. (...)


(Trechos de A Torre Negra Vol. II - A Escolha dos Três; Stephen King)

E o Anatomista que aqui está, quando, há um tempo, conheceu Detta Walker e Odetta Holmes, pensou:
"De Odetta Holmes a Detta Walker: uma mulher e tanto..."

Que nossas persone sejam miscelânea homogênea !!!

10 de junho de 2011

Ciclo

Bebo sua sede...


... e me torno a sua.

7 de maio de 2011

Desesperado

Definir o belo é fácil: é aquilo que desespera. (Paul Valéry)


Desde a primeira vez que li isso não consegui entender.
Talvez porque eu esteja muito desesperado pra isso.
Ainda mais agora.